As manifestações populares como o carnaval e o frevo, a cultura dos povos indígenas, o estilo de vida praiano com muitas cores e belezas naturais são os elementos usados para a composição do vėlô 5/7, uma obra gravada em apenas 30 dias pelas cidades de Olinda, Recife, João Pessoa e Natal.
    Na introdução há cenas de um guarda-chuva de frevo vagando pelas ruas vazias de Olinda em busca de folia e um carnaval que pela primeira vez na história, não foi celebrado. Esse folião frustado é representado por Luciana, uma das integrantes do coletivo, caminhando pela praia em um dia chuvoso e nublado. Não houve o carnaval tradicional mas a folia da vėlô começa com Wanlenyo, um dos músicos do grupo, se jogando com o guarda-chuva de frevo na mão. Uma festa com situações inesperadas é conduzida pela vėlô e suas performances com o skate pelos cantos da cidade pernambucana. Uma pausa da folia e uma breve visita ao marco zero do Recife, é a preparação para o próximo destino do grupo.
   O segundo momento acontece em João Pessoa e evidencia as crenças indígenas relacionadas a jurema, uma árvore considerada sagrada pelos povos da região do litoral da Paraíba. Em uma das primeiras imagens, alguns integrantes do coletivo estão numa pequena caverna em uma das praias de Tambaba, conhecida como o portal da jurema. A trilha sonora ilustra e reforça essa crença na letra da música com ritmo marcado pelas batidas dos tambores e dos sons produzidos pelo skate.
   Para encerrar o curta-metragem, a ação se passa na cidade do sol, originalmente conhecida como Natal, a capital do Rio Grande do Norte. O clima e as cores presentes nas imagens, as dunas de areia, esportes marítimos e o som do mar são os ingredientes usado nesse trecho. Os vėlôvers, como também são conhecidos, exploram as ruas, viadutos, praças e até alguns projetos arquitetônicos como o anfi-teatro ao ar livre da Universidade Federal – UFRN e o presépio de natal, um projeto assinado por Oscar Niemeyer. A maioria dos locais e espaços não são considerados propícios para se andar de skate mas os integrantes do coletivo, usam da liberdade de expressão e a ótica da arte para abordar as vertentes de diversas manifestações artísticas, utilizando o skate para criar, viver e deixar marcas no tempo e espaço por onde estiverem.